NOTA DE PESAR

01/09/2020 14:53

Falecimento do Senhor PEDRO DOS SANTOS LEMOS, pai da acadêmica egressa Lilian Patté dos Santos Lemos

 

O pai de Lilian faleceu no sábado, dia 29 de agosto e a equipe de coordenação do curso Licenciatura Indígena da UFSC externa seu sentimento, seu pesar, sua solidariedade com a partida do Sr. Pedro, vítima da Covid-19. Desejamos que Lilian e toda a sua família estejam fortalecidos neste momento, após a lamentável perda.

 

Sr. Pedro foi cacique da aldeia Bugio e vereador, contribuindo com caminhos políticos para a sua comunidade. Sua história de vida passa a ser rememorizada e enaltecida pelos familiares na sua ausência, relembrando acontecimentos marcantes e rejuvenescedores. A memória, as boas lembranças, as homenagens fortalecem os que permanecem.

Para Lilian e Família nossa equipe deseja muita PAZ e SERENIDADE num tempo de pandemia já difícil para a humanidade e, sobretudo, aos povos indígenas, acrescida agora a dor da partida para a família.

 

Equipe de Coordenação do Curso Licenciatura Indígena da UFSC

Florianópolis, 01 de setembro de 2020.

Plano regional de enfrentamento à pandemia de Covid-19 entre povos e territórios indígenas na região Sul: proposta do movimento indígena e indigenista para salvar vidas

29/07/2020 14:48
Elaborado e divulgado pela Frente Indígena e Indigenista de Prevenção e Combate do Coronavírus em Terras Indígenas da Região Sul do Brasil, que conta com a participação e organização de Joziléia Daniza Kaingang, coordenadora pedagógica do curso Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, da UFSC.
COLABORE!
Doações financeiras: campanha “Doa-lá”

Colação de grau, por videoconferência, dos estudantes da LII (turma 2016-2020 – Kuri’y Zág Fág)

30/06/2020 10:42

A colação de grau, por videoconferência, dos estudantes da LII (turma 2016-2020) foi realizada no dia 24 de junho de 2020 às 14h30, às 15h30 e às 16h30 conforme agendamento e condução da Direção do CFH com três grupos de estudantes Xokleng, Guarani e Kaingang. Conforme orientação, o evento ocorreu em grupos pequenos e contou com a participação do vice-diretor do CFH e da secretária da Coordenação de Apoio Administrativo-SEC/CFH, enquanto representantes do CFH e da coordenadora, da coordenadora pedagógica e do secretário da LII, enquanto representantes do Curso LII. Mantém-se aberta a possibilidade de realizar mais adiante a cerimônia da formatura da turma Kuri’y Zág Fág.

Palavras de Joziléia Daniza Kaingang, coordenadora pedagógica que acompanhou a turma Kuri’y Zág Fág ao longo dos 4 anos (2016-2020):

Saudações à todas e todos presentes na colação de grau virtual da 2º turma do curso de graduação em Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica.  Estamos reunidos, depois de muita expectativa. Foi preciso ter paciência e nos reinventar diante de um cenário tão adverso, marcado pela pandemia do novo coronavírus.

Para fazer esta fala aos nossos formandos, que em seguida serão professores, formados pelo nosso curso, eu refleti bastante e escrevi uma fala breve em função do nosso tempo para esta colação de grau e compartilho com vocês.

Lembrei da caminhada, lembrei do tempo, lembrei das dificuldades, lembrei da esperança, lembrei dos problemas e pensei na coletividade. Continuar lendo

Nota de pesar da LII pelo falecimento do cacique Lourenço Amantino, pai do nosso acadêmico Kaingang Gelcimar Amantino

22/06/2020 11:06

A Gelcimar Amantino, nosso acadêmico Kaingang

Com profundo pesar recebemos a triste noticia do falecimento de teu pai, Lourenço Amantino, cacique da TI Sêgu (Xingu), em Constantina/RS, vítima da COVID 19.
Nos solidarizamos com a dor da tua família, da comunidade Sêgu-Xingu e de todo povo Kaingang.
Você tão bem descreveu no teu TCC “Histórico da Retomada da Terra Indígena Sêgu (Novo Xingu)” a importância do Cacique e liderança de luta que foi Seu Lourenço, como é conhecido e seguirá vivo nas memórias.
A perda de uma liderança marca profundamente a comunidade. E o falecimento do seu Lourenço finda a trajetória deste guerreiro que lutou ao longo de seus 62 anos pelo reconhecimento do direito ao território, mas os que aqui ficaram seguirão na luta pela Mãe Terra.
Muita força para enfrentar este momento de dor, fé para seguir com esperança em dias melhores.

Equipe de coordenação LII
UFSC, 22 de junho de 2020

A DOR DA PERDA/MORTE DE INDÍGENA KAINGANG

08/06/2020 10:12

A dor da perda/morte de indígena Kaingang

 

Em poucas palavras tentarei repassar aqui o que sinto como indígena Kaingang nesse momento de crise e de contato com essa nova peste que assombra o mundo chamada Covid 19/coronavirus .
Diferente e talvez parecido em alguns aspectos de outros povos ameríndios, ocidentais ou orientais, o povo indígena Kaingang em sua essência é um povo guerreiro que desde o princípio luta para manter viva sua cultura e seu modo próprio de viver e conviver no mundo, mantém fortes laços com sua ancestralidade e em muitos casos o morrer ou a morte é apenas uma passagem para o outro mundo. Todo povo chora ao ver um de seus membros partir para o mundo dos mortos e essa derradeira viagem é quase sempre um motivo de aproximação da família e de parentes daquele que fez a passagem. Mas o que está acontecendo com o mundo de hoje, que é além de um ato incontrolável até o momento tem sido algo que jamais o Kaingang esquecerá, pois a passagem/morte forçada pelo Covid 19, não permite que a despedida final aconteça, a família indígena se vê em um momento inimaginável, em que levará a terra um de seus sem fazer as despedidas finais, sem ter a oportunidade demonstrar ao seu ente querido o quanto era amado e respeitado entre os seus. Um mal invisível esse novo coronavirus, que além de levar a alma do guerreiro indígena, também tem a capacidade de levar consigo parte de uma cultura milenar que já sobreviveu a outros holocaustos e mais de cinco séculos de massacres e intolerância pelo simples fato de ser dono da terra que hoje não é sua.
Nossas lideranças são forçadas a ir contra nossa cultura, e num ato quase sem efeito, pedem ao povo que não saiam de suas casas, que não façam aglomerações de pessoas, mas sem sucesso, pois além da morte em si o povo Kaingang não consegue viver separado de sua família que vai além de pais e filhos, mas, envolve todo um núcleo familiar que em muitos casos ultrapassam o número de cinquenta indivíduos, e o fato de ter que se isolar de sua gente ou de sua comunidade é mais letal ainda do que o próprio coronavirus para um Kaingang.
Sei que com a ajuda dos nossos deuses e dos conhecimentos de nossos curandeiros e kujás, vamos vencer essa batalha, que os espíritos da floresta e de nossos ancestrais guiem os sábios da medicina a encontrar logo a cura e arma para enfrentar essa ameaça, que os guardiões da floresta nos protejam até esse dia.

Por Getúlio Kaingang – egresso da Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, da UFSC, formado da 1ª turma)